terça-feira, 26 de maio de 2015

O Bigode do Veloso - O Campeão Voltou - Parte III


Decorriam os festejos do bicampeão quando dei por mim, contente e introspetivo, a contemplar a comunhão existente entre a equipa, treinador, adeptos e Presidente. É assim que deve ser. É assim que gostava que tivesse sido sempre! E que festa tem acontecido deste o apito final do penúltimo jogo da prova, frente ao Vitória de Guimarães.

Nessa mesma noite, o aeroporto Sá Carneiro tornou-se pequeno face aos milhares de adeptos que aí compareceram para, de alguma forma, homenagear e saudar os seus heróis. Os que, como eu, são adeptos do “Maior do Mundo” (sem querer chocar aqueles que não partilham a mesma fé), residindo na zona norte, sabem que a circunstância nem sempre é fácil e raras são as vezes em que temos o privilégio de ver os nossos rapazes e muito menos celebrar com eles uma ocasião tão importante. Este prémio foi, para os benfiquistas do norte, de inteira justiça.

Do Porto a equipa viajou para Lisboa, tendo aterrado em Figo Maduro e daí seguido em direção ao salão de festas da capital, o Marquês de Pombal. Escusado será dizer que desde o terminal até àquela praça, o “vermelhão” foi ininterruptamente acompanhado pela fiel massa adepta do Benfica, que em êxtase esperava o momento da apoteose.

No Marquês, tudo estava especialmente bem composto. Claramente houve uma evolução face ao festejo do ano anterior. Fica provado que quanto mais se ganha mais “profissionais” vão ficando as comemorações. Há que não perder o hábito!

Aí, cerca de 200.000 confessos praticantes aguardavam ansiosamente o momento de prestar o devido reconhecimento os nossos rapazes e seus timoneiros. Quem viu na televisão não pode deixar de reconhecer a dimensão, a intensidade e a alegria que se vivia. Perdoem-me os adeptos rivais, mas tenho para mim, ao jeito de dogma, que não há festejos como os do Benfica. Quando o povo e a paixão se unem é difícil ser mais genuíno!

Para o ano, ainda que adivinhando-se uma tarefa mais espinhosa, espero poder ir ao Marquês para festejar o Tri!

Bonita também a recepção na edilidade. Sinal de ambiente saudável na autarquia.

Por último, e porque representa o lado negro do futebol, fica a referência aos incidentes de Guimarães e no Marquês.

Quanto ao primeiro, já tudo foi dito e escrito. Uma carga policial bárbara, inexplicável, completamente desproporcionada, causou traumas eternos a duas crianças menores. Tenho vergonha por ter a mesma nacionalidade que o oficial que cobardemente agrediu aquela família que, por acaso, trajava a camisola da águia. Desejo que seja condenado exemplarmente pela Justiça do Estado de Direito em que vivemos. Exijo essa condenação. Devemos todos fazê-lo.

No que respeita ao segundo evento, mais que tudo é de lamentar que meia dúzia de selvagens estraguem a festa de centenas de milhares. Embora não se saiba ao certo o que espoletou aquela guerrilha urbana, ventila-se que terá sido uma disputa entre grupos rivais.

Sem mais informação, apenas posso deixar expresso o meu desejo de ver as claques organizadas do Benfica legalizadas. Se todas as outras são, não há motivo para as nossas não serem, assim dita a concretização do princípio constitucional da igualdade.

Para a semana, falaremos dos protagonistas desta caminhada que terminou e que a cada dia que passa mais pertence ao passado. No horizonte já se perfila um novo objetivo, como os adeptos deixaram bem vincado nos últimos jogos!




Um abraço bicampeão

O Damião dos Damiões

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