Decorriam
os festejos do bicampeão quando dei por mim, contente e introspetivo, a
contemplar a comunhão existente entre a equipa, treinador, adeptos e
Presidente. É assim que deve ser. É assim que gostava que tivesse sido sempre! E
que festa tem acontecido deste o apito final do penúltimo jogo da prova, frente
ao Vitória de Guimarães.
Nessa
mesma noite, o aeroporto Sá Carneiro tornou-se pequeno face aos milhares de
adeptos que aí compareceram para, de alguma forma, homenagear e saudar os seus
heróis. Os que, como eu, são adeptos do “Maior do Mundo” (sem querer chocar
aqueles que não partilham a mesma fé), residindo na zona norte, sabem que a
circunstância nem sempre é fácil e raras são as vezes em que temos o privilégio
de ver os nossos rapazes e muito menos celebrar com eles uma ocasião tão
importante. Este prémio foi, para os benfiquistas do norte, de inteira justiça.
Do
Porto a equipa viajou para Lisboa, tendo aterrado em Figo Maduro e daí seguido
em direção ao salão de festas da capital, o Marquês de Pombal. Escusado será
dizer que desde o terminal até àquela praça, o “vermelhão” foi ininterruptamente
acompanhado pela fiel massa adepta do Benfica, que em êxtase esperava o momento
da apoteose.
No Marquês,
tudo estava especialmente bem composto. Claramente houve uma evolução face ao
festejo do ano anterior. Fica provado que quanto mais se ganha mais
“profissionais” vão ficando as comemorações. Há que não perder o hábito!
Aí,
cerca de 200.000 confessos praticantes aguardavam ansiosamente o momento de
prestar o devido reconhecimento os nossos rapazes e seus timoneiros. Quem viu
na televisão não pode deixar de reconhecer a dimensão, a intensidade e a
alegria que se vivia. Perdoem-me os adeptos rivais, mas tenho para mim, ao
jeito de dogma, que não há festejos como os do Benfica. Quando o povo e a
paixão se unem é difícil ser mais genuíno!
Para
o ano, ainda que adivinhando-se uma tarefa mais espinhosa, espero poder ir ao
Marquês para festejar o Tri!
Bonita
também a recepção na edilidade. Sinal de ambiente saudável na autarquia.
Por
último, e porque representa o lado negro do futebol, fica a referência aos
incidentes de Guimarães e no Marquês.
Quanto
ao primeiro, já tudo foi dito e escrito. Uma carga policial bárbara,
inexplicável, completamente desproporcionada, causou traumas eternos a duas crianças
menores. Tenho vergonha por ter a mesma nacionalidade que o oficial que
cobardemente agrediu aquela família que, por acaso, trajava a camisola da
águia. Desejo que seja condenado exemplarmente pela Justiça do Estado de
Direito em que vivemos. Exijo essa condenação. Devemos todos fazê-lo.
No
que respeita ao segundo evento, mais que tudo é de lamentar que meia dúzia de
selvagens estraguem a festa de centenas de milhares. Embora não se saiba ao
certo o que espoletou aquela guerrilha urbana, ventila-se que terá sido uma
disputa entre grupos rivais.
Sem
mais informação, apenas posso deixar expresso o meu desejo de ver as claques
organizadas do Benfica legalizadas. Se todas as outras são, não há motivo para
as nossas não serem, assim dita a concretização do princípio constitucional da
igualdade.
Para
a semana, falaremos dos protagonistas desta caminhada que terminou e que a cada
dia que passa mais pertence ao passado. No horizonte já se perfila um novo objetivo,
como os adeptos deixaram bem vincado nos últimos jogos!
Um abraço bicampeão
O
Damião dos Damiões
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