terça-feira, 2 de junho de 2015

O Bigode do Veloso - Dança de cadeiras


"O futebol é efémero”. Esta frase feita, tantas vezes repetida, é um dogma que, como dogma que é, já se constata na atuação dos clubes portugueses, nomeadamente, dos chamados grandes. Terminada a competição é hora de colocar as conquistas para trás das costas e principiar a preparação da próxima época. Na gíria futebolística este momento designa-se de “defeso”.

Para além das óbvias questões sobre que jogadores contratar e quais aqueles a quem será dada guia de marcha, o defeso debruça-se também sobre o destino de todos e cada um dos treinadores principais. Este último tema é o tema do momento no Estádio da Luz. Jorge Jesus, o bicampeão que já embolsou três campeonatos, renova ou não renova? Muito se tem especulado sobre o assunto.

Há quem avance ser a saída eminente face à indisponibilidade do técnico em reduzir para metade a sua massa salarial; outros há que aventam a possibilidade de um consenso que passe por uma redução salarial parcial temperada com a previsão de mais e mais chorudos prémios por objetivos; e outros há que mais não preveem que a desgraça.

Não tendo poderes premonitórios, tentaremos fazer uma análise racional.

Jorge Jesus é um treinador cheio de inteligência prática que significa que não pretende sacrificar o sucesso desportivo apenas em prol de mais dinheiro. Dito isto praticamente fica excluída a sua saída para clubes ricos mas competitivamente pouco apelativos, como o Zenit, Mónaco, Tottenham ou Valência.
Os grandes da Europa do futebol, praticamente reduzidos a Real Madrid, Barcelona, Chelsea, os dois clubes de Manchester e, eventualmente, o PSG, à partida têm treinador para a próxima época, salvo algum imponderável. Logo, será difícil para Jesus conseguir uma cadeira num destes seus prediletos.

Acresce que, parece-nos, Jesus sente-se confortável em Lisboa, onde é rei e senhor, vive perto da família e está perfeitamente integrado. No Benfica continuará a ter a possibilidade de disputar títulos nacionais e, eventualmente, patrocinar boas campanhas na Europa, algo em que tem deixado a desejar.

Do ponto de vista do Clube, Jesus tem de ser para continuar. Não só os resultados desportivos obrigam a tanto como também – e não de somenos importância – a alavancagem financeira que o técnico configura não pode ser ignorada. Jesus tem produzido jogadores de qualidade em quantidade, tem feito de remendos jogadores transferíveis e substituído os craques com os “maneis” que vai criando. Os méritos são muitos e inegáveis.

O “mestre da tática”, com os 4M€ que aufere anualmente, não pesa sequer 10% das receitas que gera para o seu empregador, no mesmo período. Só por brincadeira alguém pode dizer que é um treinador caro! Por isso, Presidente, se nos está a ouvir, tomamos a liberdade de lhe pedir que não nos torne órfãos do nosso “Ferguson”, o da Amadora. Ficar-lhe-emos gratos e os destinos do clube também!
 
E, para quem só critica a falta de etiqueta de Jorge Jesus, relembramos que ele é pago para treinar. E que também é capaz de fazer isto:




Saudações Benfiquistas,

O Damião dos Damiões

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