quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Mística do Dragão - A definição

Não poderia encontrar melhor forma de iniciar esta rubrica ao começar por definir a Mística do Dragão. 

Recorrendo a bibliografia barata o Dragão é definido como uma "criatura lendária, mitológica ou fantástica que está presente na mitologia ou no folclore. Pode ser criada em certas regiões do mundo e a mesma criatura pode ter significados ou lendas diferentes nas diversas regiões.Um Dragão pode ser feito de cera ou de algum pó magico." Tendo como base as definições anteriores, explicarei o que é, para mim, a Mística do Dragão. Um Dragão que não é feito de cera mas sim de pó mágico!

Recuando às minhas primeiras memórias futebolísticas...aqui estou eu, no estádio das Antas, a ver um dérbi entre FC Porto e o Boavista. Trajado a rigor, com o meu primeiro cachecol e de uma boina “à moda” de José Maria Pedroto, comecei por lançar as minhas primeiras labaredas. O resultado final, quatro a zero, não foi o que mais me marcou, mas sim o entusiasmo vivido nas bancadas a cada toque na bola, onde o auge aconteceu aquando do golo marcado por Paulinho Santos. Este sim, um exemplo de um senhor com a Mística do Dragão, um jogador à F.C.Porto! Um atleta da casa, que sempre representou a paixão e o apetite voraz de uma figura mítica e lendária como o nosso símbolo. Mas são tantos e tão bons! Paulinho Santos, Fernando Couto, Rui Barros, Nuno Capucho, Vitor Baía e Jorge Costa são alguns dos nomes que facilmente me ocorrem quando penso na Mística. Nenhum deles foi considerado o melhor jogador do mundo, nem perto estiveram, mas então, que representam estas criaturas lendárias para mim? Numa resposta rápida mas sincera, eles retractam a minha definição de Mística do Dragão. Exibem a vontade, devoção, paixão, orgulho e fome de títulos que eu tenho, como adepto portista, e que ainda teria mais, se estivesse a vestir a camisola que eles envergaram! Estes jogadores nunca viraram as costas à luta, suaram a camisola até ao minuto 92. Em todas as partidas, fizeram tudo para elevar o nome do FC Porto a um patamar mundial e nunca saciaram esta fome de títulos, personificada na pessoa do nosso Presidente Jorge Nuno Pinto da Costa.


Se a sociedade é responsável pela herança que deixamos às gerações futuras, afirmo ter um orgulho desmedido por pertencer à INVICTA e por ter herdado o espírito rebelde e guerreiro do povo nortenho. E se certezas existem, uma delas é que nunca jogarei no FC Assobio, estarei sempre com a minha equipa, nem que para isso tenha que doar a carne e comer as tripas!


Cristiano Mão de Ferro do Vale.