sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O Bigode do Veloso - O Síndrome de 1988/1991


Foi um dos maiores defesas centrais da história do Benfica e o primeiro estrangeiro a capitanear a equipa.
158 jogos, 28 golos, 2 Campeonatos e uma Taça de Portugal são o seu cartão de visita. O internacional brasileiro emprestou a sua classe ao Clube nas épocas de 1988/89 -1990/91, tendo tido o canto do cisne quatro anos mais tarde, em 1995/96. Revisitamos, claro está, o eterno Ricardo Gomes.

Ricardo, – como outros predestinados na função -, para além do posicionamento irrepreensível, que lhe valeu a alcunha de “O Categórico” e uma única expulsão na carreira (!),  da capacidade de roubar bolas e da voz de comando, tinha uma característica especial, que o colocava num lote muito restrito. Hoje, cada vez mais raro e  mais caro.

O central distinguia-se por uma notável capacidade de sair com bola, de construir a partir de trás. Senhor de uma visão de jogo acima da média e de uma técnica apurada, frequentemente nasciam dos seus pés jogadas de contra-ataque. Com Ricardo Gomes, a equipa dominava com igual perfeição todas as vertentes da saída de jogo.  

Ao lado de Mozer, outro peso pesado, formaram uma das melhores duplas de centrais da história do Benfica.

Em 2014/2015,  o Benfica anseia por 1988/1991.

É gritante a fragilidade da nossa defesa, sobretudo na sua vertente construtiva. Luisão, um patrão feito e que, até então, tem sido como o vinho do Porto, precisa urgentemente de um novo director geral, depois da frustrante demissão de Garay.

Falta um central à medida dos eleitos, como Ricardo Gomes ou mesmo Mozer. Jardel, Lisandro ou César não parecem cumprir a memória, sendo frequente vê-los fazer um mau passe ou, pior, um mau passe em zona proibida, dando origem a contra-ataque adversário e a possível golo. A visão também é fraca. Chega a ser aflitivo.

Ou muito nos enganamos ou o título, este ano, muito dependerá da capacidade do Mestre da Táctica  em suprir a ausência da qualidade de 1988/1991. 

Por falar em 1988/91, obrigado Ricardo, que saudades!

O Damião dos Damiões


Sem comentários :

Enviar um comentário