terça-feira, 14 de abril de 2015

Guilty Pleasure - Liedson: Gostar ou não gostar? Eis a Questão

Num dia importante para o futuro leonino, apuramento para a final da taça, estava na bancada de Alvalade o Liedson. Assim que vi a partilha da presença do brasileiro, apeteceu-me escrever sobre ele.

As estatísticas dizem-me que foi um dos avançados mais influentes que passou pelo grande Sporting. Atingiu os 170 golos em 313 jogos e de todos esses golos, logo 11 deles foram contra os vermelhos. O seu corpo magro e franzinho deu-lhe a alcunha pela qual todos o gostávamos de tratar – Levezinho. Festejámos com ele duas taças de Portugal e duas Supertaças. Era um ídolo!

Era um 31 para as defesas, não parava quieto e estava sempre em busca dos golos que punham a curva a cantar. O seu tradicional coração quando festejava era marca registada. Ainda hoje o Luisão tem pesadelos com ele.

Todos sabíamos o que dizer antes de um jogo. “O Liedson resolve!”. E realmente resolvia. Teve a honra e o privilégio de ultrapassar o grande Yazalde na lista dos melhores marcares de sempre deste grande clube. Participou no fantástico jogo de Alkmaar. É o melhor marcador de sempre do Sporting nas competições Europeias. É o jogador estrangeiro com mais golos marcados de sempre, ao serviço de uma equipa portuguesa.

Que honra Liedson!! Que honra!!

Aos 33 anos resolveu finalizar a etapa no nosso clube e rumar ao Timão. Dizia que ia para terminar carreira. No seu jogo de despedida, todos ficámos tristes por ver partir aquele que chegou a envergar a braçadeira de capitão. Discursou palavras bonitas e emocionou-se! O Liedson tinha eternizado o nosso respeito... era um dos nossos!

Normalmente costuma-se dizer que o tempo muda tudo. Mentira. Fazer algo é que muda as coisas. Não fazer nada, deixa tudo exactamente na mesma. E o Levezinho resolveu não deixar tudo como estava e assinou pelo porto. Quem sabe alguma vontade escondida ou em busca de uns trocos a mais para o pão, veio viver para a invicta. Que desilusão! O meu ídolo traiu-me!
Em nome de um pseudo-profissionalismo que veio ao de cima aos 36 anos, Liedson estragou tudo o que tinha conquistado em cada um dos 4 milhões de corações.

Admito que quando penso no Levezinho faço um sorriso (e o início do texto mostra saudosismo) mas se penso mais que 1 minuto, começo a ficar irritado. Odeio pessoas sem valores e sem carácter. Ele já não era um profissional de futebol, mas sim um ídolo. Daqueles que aparecem na informação das equipas no Football Manager e que nunca mais saem de lá. Daqueles que são aplaudidos de pé quando regressam a Alvalade. Daqueles que nunca são esquecidos. Daqueles que nunca desiludem. E na quarta-feira, em vez de ter estado escondido numa tribuna, tinha ido para o meio do relvado para ser aplaudido.

Deixo-vos um post do João Benedito aquando da assinatura pelo porto:
(...) somos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos. Tudo foi tolerado: as calças de fato de treino, os gritos no túnel, o tecto salarial, os pontapés o minuto 89 que valeram desqualificações no jogo a seguir, as chegadas atrasadas depois das férias e, para mais, o aceder a querer terminar a carreira no Brasil.

Agora, em final de carreira, por seis meses, um daqueles que foi condecorado Deus no nosso Olimpo decide voltar atrás, regressar ao nosso país e ir para um rival!!!!

Cada vez me capacito mais de uma coisa: ídolos, referências ou símbolos não são feitos de defesas, golos ou juras de amor eterno...isso é dever profissional ou forma fácil de agradar. Ás vezes confundem-se, injustamente, estes conceitos sem que se tenha a garantia do caracter da pessoa.”


Liedson: Gostar ou não gostar? Esta é fácil de responder. Já gostei muito, agora é mais um... e esta será sempre a minha última imagem dele.
Que desilusão!


Saudações Leoninas,

Adrien S.


1 comentário :

  1. Liedson, levezinho, ou então Liedson Resolve, mas todos falavam no 31, pelo numero que usava na camisola mas pelo 31 que criava as equipas adversarias, pelos golos que marcava...muitas alegrias nos deu com os seus golos...

    Tornou-se sim um ídolo, por mérito próprio, apesar de ter criados alguns conflitos internamente mas que era perdoado com os seus golos, mas a sua ida para o norte foi a deceção de alguém que para nós era uma honra velo a jogar pelo nosso Sporting...

    A sua despedida em pleno Alvalade, para com então os seus adeptos, aplausos, palavras e lagrimas foi a imagem que ficou na retina de todos nós....passado uns tempos, ele volta mas para o norte...enfim...desilusão...mais um...

    Quando vestia e beijava o símbolo do Sporting, esteve quase com os dois pés no norte, as notas azuis então era uma tentação, mas o Sporting aceitou as suas exigências e aceitou pagar o mesmo que iria receber com as notas azuis...foi só uma questão de tempo....

    Não esqueçamos o episodio com Sá Pinto, não pelo conflito entre eles mas sim por não agradecer todos os dias a quem lhe idolatrava, agradecer ao clube que o projetou na Europa, que lhe abriu as portas a Seleção Portuguesa e poder disputar um Mundial, mesmo não sendo a sua seleção....

    Como Liedson há muitos, infelizmente, mas os pouco são bons e ai eu destaco o Beto Acosta, internamente ídolo, passou pouco tempo em Alvalade e nunca desistiu, ajudou no quebrar do jejum (meu primeiro campeonato). Hoje ele apoia via redes sociais quer na vitoria quer na derrota, vem a Alvalade mostrar a sua família e amigos a grandeza e o carinho que tem com o Sporting e seus adeptos...reconhecimento e respeito para com a instituição Sporting...

    Precisamos de exemplos como o Beto Acosta....

    Saudações Leoninas,

    Frederico, Monção.

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