domingo, 3 de maio de 2015

O mundo é bué de cenas - Contagem decrescente

Nos últimos dias há uma música que não me sai da cabeça: “It’s the final countdown! Turururu-tururururu; turururu_tururu-tutututu...”. Acordo com a música, canto-a baixinho para mim, penso nela constantemente: VOU, finalmente, EMBORA!

A precisamente dois dias e meio de sair de Portugal, a lista mental de coisas a fazer vai tendo cada vez menos itens, tudo se começa a apresentar arrumado, dobrado, posto em sacos e saquinhos e pastinhas dentro da malona, da malinha e da mochila:

-            a bolsa grande de roupa com os vestidos de trabalho e, de lado, a roupa de praia e andar por casa;
-            uma das bolsas médias com as t-shirts e blusas e, nas laterais, a roupa de desporto;
-            a outra com as calças e as saias, bem como os artigos que as amigas pediram para levar;
-            o saco preto com as sandálias, o de plástico com sabrinas;
-            os sapatos de cunha espalhados;
-            sapatilhas de corrida;
-            moldura da ‘vó e do João;
-            pasta amarela e branca com os produtos de higiene;
-            os dois SOS;
-            a rede mosquiteira;
-            biquínis;
-            um conjunto de lençóis e uma toalha de banho a fazer o chão da malona;
-            cintos perdidos;
-            produto do cabelo algures;
-            necessaire por fechar;
-            cabos e mais cabos e carregadores;
-            bola de voleibol vazia;
-            coisinhas que não lembram a ninguém mas que caíram na mala...


Depois de três voos e uma noite em Singapura, aterrarei na ilha do sol nascente, na terra do povo Maubere, no meu querido Timor-Leste. Não vejo a hora de ser consumida pelo bafo quente e húmido mal a porta do avião se abra, acompanhado pela agitação das palmeiras, do cheiro do mar e da cidade, pelos olhares de felicidade dos que esperam no varandim. O descer de cada degrau do avião fará com que o meu coração comece a disparar de felicidade e ansiedade para passar as portas do aeroporto (só depois de passar pelo controlo do passaporte e de agarrar a bagagem), para ver os meus amigos, para dizer ao taxista de sempre “la precisa, maun; amiga iha kareta!” (“não preciso, senhor; a amiga tem carro!”).

Vou embora!

Até quinta-feira, ilha do meu coração.
Até ao natal, Portugal.

SMS

* Todos os Domingos, a SMS diz que "o mundo é bué de cenas".


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