
Palco: Hampden Park (Glasgow,
Escócia)
Competição: Champions League
2001/02, Final (15.05.2002)
Jogo: Bayer Leverkusen 1:2 Real
Madrid
Nesta
semana vimos Álvaro Morata, jogador formado no Real Madrid, a estragar a festa
aos merengues, em pleno Santiago Bernabéu, com a camisola da Juventus! Uma
“traição” dupla, uma vez que tinha marcado também no jogo de Turim, que impediu
a presença do clube espanhol em mais uma final europeia, eles que tinham
conquistado "La Décima" na temporada anterior, na final de Lisboa.
O
golo de Morata aos 57 minutos fez Carlo Ancelotti olhar para o seu banco de
suplentes com o intuito de reforçar a equipa para os minutos finais da partida.
Pois, quem lhe teria dado muito jeito era o Zidane de 2002, o astro francês que
atualmente é diretor desportivo dos merengues. Já não terá a frescura de outros
tempos, mas a sua influência no comportamento e na atitude dos restantes
jogadores da equipa certamente que ainda seria decisiva. Os quase 80 mil
blancos suspiravam por um momento como o de 2002, que acabou por não acontecer...
Recordando
agora um pouco dessa partida de Glasgow, os onzes iniciais escolhidos por Klaus
Toppmoller e Vicente del Bosque foram os seguintes:
Bayer Leverkusen: Butt, Zivkovic,
Placente, Lúcio, Basturk, Ballack, Schneider, Sebescen, Ramelow, Brdaric e
Neuville.
Real
Madrid: César, Roberto Carlos, Helguera, Michel Salgado, Hierro, Zidane, Figo,
Solari, Makélélé, Morientes e Raúl.
Duas
equipas de classe mundial, ou não estivéssemos a falar do jogo da final da
Champions League! O Bayer menos favorito, como é óbvio, mas que tinha deixado
para trás Lyon e Fenerbahce (primeira fase de grupos), Arsenal e Juventus (segunda
fase de grupos) e ainda os ingleses do Liverpool e do Man Utd na fase a
eliminar. Por outro lado, o Real tinha superado o Lokomotiv, o Anderlecht, o
Sparta de Praga e o FC Porto (nas duas fases de grupos, respetivamente) e ainda
o Bayern de Munique e o Barcelona na fase final!
Os
primeiros minutos foram emotivos. Aos 8 minutos Roberto Carlos isolou Raúl com
um lançamento lateral na linha do meio-campo (!!!) e o avançado espanhol abriu
o marcador. O remate foi de ângulo e grau de execução difíceis mas Butt tinha
as luvas furadas e ajudou à festa. Cinco minutos volvidos, o empate,
restabelecido após cabeceamento do brasileiro Lúcio, na sequência de um livre
lateral. O jogo prometia…
Estávamos
no último minuto da primeira parte quando a magia de Zidane apareceu. Roberto
Carlos, servido por Solari numa jogada de insistência pela esquerda, cruzou em
balão para a grande área e o génio francês, de primeira, num gesto técnico
simplesmente perfeito, com o seu pior pé (se bem que Zidane parecia ter dois
pés direitos), fez o que quase todos julgaram ser impossível! Um golão do outro
mundo, na gaveta, na final da Champions League, de levantar todo o estádio!
O
então “puto” Casillas, com 20 anos, ainda viria a entrar na partida para o
lugar do lesionado César, a tempo de ser um dos heróis da partida, evitando o
golo dos alemães por diversas vezes. Mas quando o apito final soou, todos
perceberam a importância de Zidane e do seu golo, fenomenal, para o levantar de
mais um troféu da Champions League, o nono! Coube a Hierro erguê-lo perante os
milhares de adeptos madrilenos!
Hoje,
Zidane começa a ser apontado como um dos sucessores de Ancelotti no comando
técnico do Real Madrid. Todos esperam que consiga transmitir toda a sua
qualidade, técnica, visão de jogo e experiência aos jogadores blancos. Eu
preferia vê-lo nos relvados, mas isso parece-me que já não venha a ser
possível, infelizmente.
Já
passaram 13 anos desde que vi em direto esta maravilha, mas tenho a certeza que
podem vir muitos mais anos pela frente que jamais esquecerei esta obra-prima do
mestre francês.
Obrigado
Zidane!
Uma
vez amado, para sempre recordado!
A
memória do João
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