Depois
de marcar o golo inaugural, o Benfica adormeceu. Os jogadores arrastavam-se em
campo, numa atitude amorfa, como se esperassem que o tempo passasse para
poderem dar por fechado o dia de trabalho. Parecia que tinham perdido a vontade
e o sentido de responsabilidade.
Quem
foi ao Estádio, como eu, certamente saiu desiludido. E foram milhares – a
esmagadora maioria da lotação – aqueles que viajaram para acompanhar a sua
equipa e não mereciam tamanha desfeita. A exibição confrangedora que a equipa
arrancou não está, nem de longe nem de perto, ao nível do que se exige e os
adeptos merecem.
O
apoio das bancadas é enorme neste momento, e a onda vermelha a que jogadores,
treinador e Presidente fazem questão de apelar não tolera este tipo de
comportamento e falta de brio dos nossos jogadores, como ficou demonstrado
depois do jogo. A exibição não foi digna de um Campeão Nacional.
Na
minha perspetiva, ainda nos falta recuperar o hábito de ganhar. É disso que se
trata. Nos momentos de maior pressão, naqueles onde verdadeiramente tudo se
decide e o mínimo erro significa a morte do artista, o Benfica ainda treme.
Digo-o não como crítica, apenas como dedução dos factos atuais e mais recentes.
A
única forma de darmos o salto competitivo em causa é ganhando mais vezes. É por
isso que este campeonato, sendo igual a tantos outros, significa mais do que os
outros para o Benfica. Ganhando o bicampeonato subiremos mais um patamar na
aculturação à vitória. E como é importante que o façamos.
É,
por isso, importantíssimo resistir à pressão e não baquear, como aconteceu nos
dois anos em que Vítor Pereira esteve à frente do FC Porto. A equipa deve a si
e aos adeptos dar tradução prática à evolução notória que vem sofrendo e
mostrar que já lida melhor com a pressão da decisão, que tem consciência do seu
valor, do seu potencial e da importância de defender o escudo que esta época
merecidamente trouxe ao peito.
O
sucesso dos próximos jogos muito dependerá da capacidade dos jogadores mais
experientes, como Luisão e Maxi, acalmarem os seus colegas, aliviando-os da
pressão que sentem e chamando-a a si mesmos. Ganhar tem de ser uma alegria e
não um fator de instabilidade; a derrota tem de contribuir para o crescimento e
não para a depressão generalizada.
Faltam
oito jogos que são autênticas finais. E são para ganhar. A equipa tem garantia
de estádios cheios onde quer que vá. Utilizem o nosso apoio para combater a
pressão que possam sentir. Inspirem-se no nosso sacrifício e na nossa crença!
Sejam
campeões, joguem como campeões, mostrem que querem ser campeões tanto quanto
nós!
Saudações Benfiquistas,
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