terça-feira, 24 de março de 2015

O Bigode do Veloso - O hábito não faz o Monge

Péssimo jogo do Benfica contra o Rio Ave, no passado Sábado, em Vila do Conde. Derrota por 2-1 e 3 pontos perdidos na luta pelo título. Questões táticas à parte – onde o visitante em nada foi superior aos da casa, pelo contrário -, e ressalvando a dor natural de uma derrota, esta, pela falta de atitude da equipa tem um sabor mais amargo que o normal.

Depois de marcar o golo inaugural, o Benfica adormeceu. Os jogadores arrastavam-se em campo, numa atitude amorfa, como se esperassem que o tempo passasse para poderem dar por fechado o dia de trabalho. Parecia que tinham perdido a vontade e o sentido de responsabilidade.

Quem foi ao Estádio, como eu, certamente saiu desiludido. E foram milhares – a esmagadora maioria da lotação – aqueles que viajaram para acompanhar a sua equipa e não mereciam tamanha desfeita. A exibição confrangedora que a equipa arrancou não está, nem de longe nem de perto, ao nível do que se exige e os adeptos merecem.
               
O apoio das bancadas é enorme neste momento, e a onda vermelha a que jogadores, treinador e Presidente fazem questão de apelar não tolera este tipo de comportamento e falta de brio dos nossos jogadores, como ficou demonstrado depois do jogo. A exibição não foi digna de um Campeão Nacional.

Na minha perspetiva, ainda nos falta recuperar o hábito de ganhar. É disso que se trata. Nos momentos de maior pressão, naqueles onde verdadeiramente tudo se decide e o mínimo erro significa a morte do artista, o Benfica ainda treme. Digo-o não como crítica, apenas como dedução dos factos atuais e mais recentes.

A única forma de darmos o salto competitivo em causa é ganhando mais vezes. É por isso que este campeonato, sendo igual a tantos outros, significa mais do que os outros para o Benfica. Ganhando o bicampeonato subiremos mais um patamar na aculturação à vitória. E como é importante que o façamos.

É, por isso, importantíssimo resistir à pressão e não baquear, como aconteceu nos dois anos em que Vítor Pereira esteve à frente do FC Porto. A equipa deve a si e aos adeptos dar tradução prática à evolução notória que vem sofrendo e mostrar que já lida melhor com a pressão da decisão, que tem consciência do seu valor, do seu potencial e da importância de defender o escudo que esta época merecidamente trouxe ao peito.

O sucesso dos próximos jogos muito dependerá da capacidade dos jogadores mais experientes, como Luisão e Maxi, acalmarem os seus colegas, aliviando-os da pressão que sentem e chamando-a a si mesmos. Ganhar tem de ser uma alegria e não um fator de instabilidade; a derrota tem de contribuir para o crescimento e não para a depressão generalizada.

Faltam oito jogos que são autênticas finais. E são para ganhar. A equipa tem garantia de estádios cheios onde quer que vá. Utilizem o nosso apoio para combater a pressão que possam sentir. Inspirem-se no nosso sacrifício e na nossa crença!

Sejam campeões, joguem como campeões, mostrem que querem ser campeões tanto quanto nós!





Saudações Benfiquistas,

O Damião dos Damiões

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