Ponto
prévio: Sou da opinião que recentemente o SL Benfica tem sido a equipa mais
favorecida por más decisões dos árbitros. Alguns desses erros aconteceram em
momentos cruciais dos jogos, colocando-nos no caminho para a vitória.
Admiti-lo
não é assim tão difícil, e estou certo que a maioria dos sócios e simpatizantes
do clube não terá nenhum problema em fazê-lo. Têm-no feito, aliás, com mais ou
menos assertividade.
Acontece
que a constatação desta realidade recente não equivale a reconhecer que o SL
Benfica não merece ocupar a posição que ocupa no topo da tabela classificativa,
contrariamente ao que a generalidade dos adeptos dos nossos rivais afirma. Pelo
contrário.
As
“Águias” são, na minha opinião, o justo líder do campeonato.
A
tanto não é alheio o facto de contarem com a melhor defesa e um dos melhores
ataque da prova. E não restem dúvidas de que
tal significa que marcámos mais golos e sofremos menos que todos (ou quase)
os nossos competidores!
A
qualidade do futebol praticado é visível. Podemos não jogar tanto quanto
jogámos em cada um dos cinco anos anteriores, mas é indesmentível que a
qualidade e quantidade da mão-de-obra disponível decaiu substancialmente. Não
deslumbramos mas somos eficientes, rigorosos e aqui e ali ainda vai dando para
proporcionar espetáculo a quem vai aos estádios. E fazemo-lo mais
recorrentemente que os adversários.
Acresce,
sejamos honestos, que todos os anos FC Porto, SL Benfica e Sporting CP são
beneficiados pelos homens do apito face às restantes equipas, sendo que neste
deve e haver o equilíbrio tem sido o resultado final.
Por
tudo isto e muito mais, não consigo conviver com os adeptos para quem sempre
que o Benfica ganha é porque “houve ajuda”, “são uns aldrabões”, “está tudo
comprado”, desmerecendo sistematicamente os méritos da equipa. Foi assim com
Trapattoni e nos dois títulos de Jesus. E assim se preparam para fazer este
ano.
Adeptos
como os supra descritos pura e simplesmente não aprenderam a lição de Mourinho
e Villas-Boas, treinadores que fazem do mérito o alimento das suas equipas.
O
espírito competitivo e a vontade de ganhar têm sempre de estar presentes mas
não se podem sobrepor ao desportivismo e à capacidade de reconhecer o mérito
dos outros. Só esse reconhecimento permite que surja a vontade de superação e
de aperfeiçoamento. Se não tivesse havido “minuto 92” será que o SL Benfica e
Jesus tinham hoje a consciência da importância da concentração até ao fim? Se
não houvesse Messi, será que Ronaldo seria o que é hoje e vice-versa?
O
Benfica parece ter aprendido essa lição, pouco se importando com a cultura dos
comunicados, do “botabaixismo” e da desconsideração. Olhamos para nós, para os
nossos erros e defeitos, procurando crescer com eles, assim como para os
méritos dos nossos rivais, aproveitando o que de positivo houver a retirar.
O
reconhecimento dos adversários seria ótimo e sinal de uma cultura de
concorrência sadia, embora não tenha ilusões e saiba que culturalmente não
somos ainda uma sociedade preparada para isso. Orgulho-me que o meu clube dia
após dia contribua para essa evolução que preconizo, iniciada em Portugal com o
fantástico MOU e com Villas-Boas.
Saudações
Benfiquistas,
Sem comentários :
Enviar um comentário