sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

O Bigode do Veloso - As aventuras e desventuras de quem vai à frente


Ponto prévio: Sou da opinião que recentemente o SL Benfica tem sido a equipa mais favorecida por más decisões dos árbitros. Alguns desses erros aconteceram em momentos cruciais dos jogos, colocando-nos no caminho para a vitória.

Admiti-lo não é assim tão difícil, e estou certo que a maioria dos sócios e simpatizantes do clube não terá nenhum problema em fazê-lo. Têm-no feito, aliás, com mais ou menos assertividade.

Acontece que a constatação desta realidade recente não equivale a reconhecer que o SL Benfica não merece ocupar a posição que ocupa no topo da tabela classificativa, contrariamente ao que a generalidade dos adeptos dos nossos rivais afirma. Pelo contrário.

As “Águias” são, na minha opinião, o justo líder do campeonato.

A tanto não é alheio o facto de contarem com a melhor defesa e um dos melhores ataque da prova. E não restem dúvidas de que tal significa que marcámos mais golos e sofremos menos que todos (ou quase) os nossos competidores!

A qualidade do futebol praticado é visível. Podemos não jogar tanto quanto jogámos em cada um dos cinco anos anteriores, mas é indesmentível que a qualidade e quantidade da mão-de-obra disponível decaiu substancialmente. Não deslumbramos mas somos eficientes, rigorosos e aqui e ali ainda vai dando para proporcionar espetáculo a quem vai aos estádios. E fazemo-lo mais recorrentemente que os adversários.

Acresce, sejamos honestos, que todos os anos FC Porto, SL Benfica e Sporting CP são beneficiados pelos homens do apito face às restantes equipas, sendo que neste deve e haver o equilíbrio tem sido o resultado final.

Por tudo isto e muito mais, não consigo conviver com os adeptos para quem sempre que o Benfica ganha é porque “houve ajuda”, “são uns aldrabões”, “está tudo comprado”, desmerecendo sistematicamente os méritos da equipa. Foi assim com Trapattoni e nos dois títulos de Jesus. E assim se preparam para fazer este ano.



Adeptos como os supra descritos pura e simplesmente não aprenderam a lição de Mourinho e Villas-Boas, treinadores que fazem do mérito o alimento das suas equipas.

O espírito competitivo e a vontade de ganhar têm sempre de estar presentes mas não se podem sobrepor ao desportivismo e à capacidade de reconhecer o mérito dos outros. Só esse reconhecimento permite que surja a vontade de superação e de aperfeiçoamento. Se não tivesse havido “minuto 92” será que o SL Benfica e Jesus tinham hoje a consciência da importância da concentração até ao fim? Se não houvesse Messi, será que Ronaldo seria o que é hoje e vice-versa?

O Benfica parece ter aprendido essa lição, pouco se importando com a cultura dos comunicados, do “botabaixismo” e da desconsideração. Olhamos para nós, para os nossos erros e defeitos, procurando crescer com eles, assim como para os méritos dos nossos rivais, aproveitando o que de positivo houver a retirar.

O reconhecimento dos adversários seria ótimo e sinal de uma cultura de concorrência sadia, embora não tenha ilusões e saiba que culturalmente não somos ainda uma sociedade preparada para isso. Orgulho-me que o meu clube dia após dia contribua para essa evolução que preconizo, iniciada em Portugal com o fantástico MOU e com Villas-Boas.


Saudações Benfiquistas,

O Damião dos Damiões

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