sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O Bigode do Veloso - Pizzi: mais que um jogo de imitação


A substituição de Enzo no meio-campo do Benfica parecia, até há pouco tempo, missão impossível e espinhosa para o eleito de Jesus.

Talisca foi o sucessor imediato, fruto da sua entrada de rompante na nossa Liga e da dezena de golos acumulados ao serviço do Clube. Contudo, cedo se percebeu que aos olhos do treinador essa não seria a sua posição, antes a de avançado, quem sabe na perspetiva de aproveitar o seu excelente remate de pé esquerdo e a passada larga que lhe permite galgar metros velozmente. Acresce que a sua fragilidade defensiva é pecha notória.

Foi então que apareceu Pizzi, a nova invenção de Jorge Jesus e a futura coqueluche do Terceiro Anel. O ex-extremo (posição de origem) está a ser burilado pelo Mestre da Tática de forma a convolar-se num “oito”. Mas não um “oito” qualquer. Um “oito” à Jesus.

Pizzi é diferente de Enzo e não se resume a uma mera cópia.

Até então parece um jogador mais cerebral que o Argentino no desempenho da função, menos dado a correrias e a apostar mais no acerto do passe. Não me parece que vejamos Pizzi transbordar emoção como Enzo tantas vezes fez, rendendo amiúde a razão. Ofensivamente é um jogador com outro recorte, embora perca para Enzo a nível defensivo. Ainda esta semana o treinador destacou isso mesmo. Pizzi marca penaltis, inventa desmarcações e chega à frente para aproveitar as segundas bolas sempre com um acerto e uma oportunidade assinaláveis. Quando aprender a defender aposto que será um caso sério. Por fim, e sem qualquer nacionalismo bacoco, sempre se diga que Pizzi é português. O que é muito bom atendendo à expectável evolução do negócio do futebol, àquilo que se pretende que seja a identidade imutável do Benfica e ao futuro da seleção nacional.

Este facto ajuda também a uma empatia mais rápida com os adeptos, ansiosos por ver mais portugueses no Clube num exercício de saudosismo mas também de racionalidade futura. Que Luisão, Maxi e Salvio, os mais antigos, salvo erro, saibam depositar em Pizzi a mística benfiquista de que hoje são estandartes. Ou muito me engano ou o futuro dono da posição “oito” está definitivamente encontrado.

Que Jesus mantenha a coragem na sua e nossa aposta. Pizzi fará valer a pena!



Saudações Benfiquistas,

O Damião dos Damiões       
 

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