A
premissa subjacente ao Bigode desta semana era o rescaldo do derby entre
Sporting e Benfica. Era. Tal tarefa tornou-se impossível a partir do momento em
que o Presidente do Sporting emitiu o comunicado da discórdia.
Na minha
opinião o referido comunicado não só é inoportuno e insidioso como também se
mostra de uma desonestidade intelectual gritante, na linha, aliás, do que tem
vindo a ser a atuação de BdC enquanto líder máximo da instituição secular que é
o Sporting Clube de Portugal .
Logicamente
que condeno a tarja exibida por elementos afetos às claques do Benfica relativa
ao incidente mais triste do futebol português. É inadmissível, inaceitável e de
uma acefalia acentuada. Contudo, tal nem era necessário dizer, pois, na vida
como no Direito, há factos que de tão notórios nem carecem de ser alegados.
Posto
isto, sempre se diga que a forma como o Presidente do Sporting propositadamente
confundiu os incidentes ocorridos no Futsal e no Futebol de 11 não foi ingénua,
antes visou desviar as atenções do falhanço que o empate com o rival da Luz
representou em termos de vitória daquele clube no Campeonato.
Agiu
como um menino mimado, como aquele miúdo com que todos convivemos na escola
que, por ser dono da bola, punha fim ao jogo quando a sua equipa perdia. A
diferença é que BdC tem responsabilidades sociais e desportivas que este outro
não tinha.
O
Presidente Sportinguista devia saber que a falta de civismo e de valores não
tem cor, raça ou credo. E não é do Benfica, não obstante sermos mais de 6M. Surge
transversal, ainda que, felizmente, numa minoria. Todas as claques têm no seu
seio uma margem de criminalidade e vandalismo, material e moral, mas não se pode
nem deve tomar a parte pelo todo. Identifiquem-se os responsáveis e banam-nos
dos estádios!
Será
que Bruno não viu a faixa alusiva ao King desfraldada pela claque do clube que
preside? E as outras, umas mais gráficas outras menos, mas todas de teor
ordinário e insultuoso? Apontar o dedo não passa de um perigoso exercício de
mau gosto, capaz de acicatar os ânimos.
Parece-me
que o que realmente interessava era fabricar um pretexto para que pudesse fazer
aquilo que melhor faz: cortar relações.
Numa
só época desportiva BdC conseguiu a proeza de cortar relações com o FC Porto,
com a Liga de Clubes, com a Federação, com a Doyen e, agora, com o Benfica. Temo
que não sobre ninguém. É o melhor homem a cortar relações institucionais em
Portugal, talvez a nível Mundial.
Já
não temos só o Bola de Ouro, temos também o Tesoura de Ouro. Nem a própria
equipa e treinador escaparam aos seus delírios presidenciais.
Os
limites estão a ser ultrapassados a cada dia, sem cessar. Dentro das hostes
sportinguistas mais esclarecidas já se ouve alguma contestação à falta de porte
institucional do presidente e ao seu desnorte constante. BdC já só se ouve a
ele próprio, não percebendo que nos obriga a ouvir o que diz.
E nem
sabe como isso é penoso.
“Basta,
é tempo de dizer basta”!
Saudações
Benfiquistas,
O
Damião dos Damiões
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