Q7, Mustang, Harry
Potter. Estas são algumas das alcunhas que os adeptos portistas carinhosamente
atribuem ao elemento que, a par de Helton, têm mais anos de casa.
Estamos a falar, obviamente, de Ricardo Quaresma!
Extremo portista, que após ter sido formado no Sporting e ter brilhado na sua época de estreia pelas mãos do Sr. László Boloni, partiu para Espanha para o poderoso Barcelona de Frank Rijkaard.
Estamos a falar, obviamente, de Ricardo Quaresma!
Extremo portista, que após ter sido formado no Sporting e ter brilhado na sua época de estreia pelas mãos do Sr. László Boloni, partiu para Espanha para o poderoso Barcelona de Frank Rijkaard.
No seu jogo de estreia pelo Barça, Q7 viveu um sonho ao
apontar um dos 2 golos e
caiu rapidamente nas boas graças dos adeptos. Contudo, não conseguiu agradar de igual forma o treinador holandês,
que o “acusou” de ser um jovem imaturo e individualista. No seguimento de uma época em
que raramente foi utilizado, a então jovem promessa decidiu relançar a sua
carreira noutro colosso europeu. Após
o EURO 2004, em que não foi convocado, Ricardo Quaresma chegou a acordo com o FC Porto e
acertou os detalhes de uma das transferências mais polémicas da década passada.
Com fintas soberbas e usando a famosa
"trivela" como arma principal, quer para assistir quer para marcar golos, Q7
conquistou rapidamente o coração dos adeptos. Viveu nas épocas seguintes, com o emblema do FCP ao peito,
os "anos áureos" da sua carreira, ganhando tudo o que havia para
ganhar a nível interno e juntando uma Taça Intercontinental ao
seu currículo.
No verão de 2008 e no auge da sua
carreira, Quaresma decide arriscar uma vez mais a sua afirmação mundial,
transferindo-se para o Inter de Milão, orientado por José Mourinho. Embora tenha enriquecido
o seu CV com títulos como o de campeão da série A, copa italiana e uma Liga dos Campeões, revelou notórias dificuldades
de adaptação ao futebol italiano e nunca conseguiu justificar o porquê de tão
avultada transferência.
Quaresma jogou ainda, pelo Chelsea,
Besiktas e Al-Ahli. Apesar de ter sido comparado a um Deus do futebol pelos adeptos
turcos, uma lesão travou a sua afirmação e obrigou-o a transferir-se para o
clube árabe. Pensava-se então que o Mustang entrara na sua fase descendente.
Até que,
sem ninguém o prever,
aos 30 anos de idade, Ricardo assina pelo clube pelo qual tinha feito juras de
amor. O FC Porto de Paulo
Fonseca estava desesperado por soluções nas alas, e viu em Quaresma o jogador
ideal para aumentar o poder de fogo. Apesar de coletivamente a época ter sido
má, individualmente as coisas não poderiam ter saído melhor tendo sido, em 6
meses, um dos melhores marcadores da equipa e o rei das assistências. Estava
confirmado o renascimento do Harry Potter azul e branco.
Após uma revolução orientada por Julen
Lopetegui chegaram reforços como Brahimi, Tello e Adrián Lopéz. De imediato o “mister”
se deparou com um dilema: se, por um lado, o estilo de jogo de Q7 não era o mais apreciado pelo
espanhol, por outro, ele sabia que precisava do extremo para ganhar o balneário
portista, dado o peso que ele já tinha na equipa. Estávamos no início da
presente época e Quaresma viu-lhe ter sido atribuída a titularidade e a braçadeira
de capitão.
Corria tudo "às mil
maravilhas" até que a famosa rotatividade levou Quaresma para o banco e mesmo
para a bancada. Como todos sabemos, Q7 não é um jogador de temperamento fácil nem tem
"estômago" para aguentar ser suplente. E quando todos já apontavam
para mais um declínio da
sua carreira, este não
virou as costas à luta. Trabalhou e fez por merecer minutos, os quais foram
justamente concedidos num jogo complicado da Liga dos Campeões, perante o
Athletic Bilbau no Dragão. Aos 60 minutos, o FC Porto estava empatado 1-1 e não foram necessários
mais do que 5 minutos em campo para que voltássemos a ver o Mustang a espalhar
magia e a libertar toda a tensão que tinha vivido no mês anterior.
Ricardo Quaresma ganhou outra vez espaço
nas contas do 11 portista. Como um adepto portista e fã das qualidades deste
mago, fico a aguardar que este seja o ponto de viragem para um Futebol Clube do
Porto mais unido e mais forte, nesta luta pelo "Resgate".
Cristiano Mão de Ferro do Vale.