O remate para a bancada desta semana leva-nos a
um país de futebol – Argentina. O ar que se respira neste país é, segundo os maiores
gurus ambientais, o mais puro em termos futebolísticos. Este é de tal forma
poderoso, que todos os argentinos sofrem de uma doença hereditária, transmitida por inalação, chamada “amor ao futebol”.
Por onde ande um argentino, sente-se este
desporto. Cada adepto deste país tem um clube que apoia e venera, mas quando se
trata da seleção, estas pessoas transcendem-se. A vida de um argentino, para
Ricardo Garrido, é “um longo intervalo de quatro anos entre as Copas do Mundo”.
O Campeonato do Mundo no Brasil veio provar, mais
uma vez, que estamos perante pessoas muitos especiais. Apenas interrompiam os
apoios e os cânticos para dormir e recuperar forças para o dia seguinte. Por
cada cidade onde passavam, a alegria era contagiante. Bastava alguém começar a cantar que logo mil a imitavam.
Mesmo depois do apito final de cada jogo, depois
de mais uma vitória da alvi celeste, os hinchas
não saíam do estádio sem fazer a sua reza em comunidade. No Brasil, todos
rezavam da mesma forma e através das mesmas palavras. Uma história de
rivalidade e amor resumida em oito pequenos versos:
"Brasil
decime qué se siente,
tener
en casa a tu papá,
Te
juro que aunque pasen los años,
nunca
nos vamos a olvidar,
Que
el Diego los gambeteó, que Cani los vacunó...
están
llorando desde Italia hasta hoy,
A
Messi vas a ver, la Copa va a traer...
Maradona
es más grande que Pelé".
Adianto que todos são chamados à comunidade futebolística.
Não há exceções. Nem mesmo os líderes de outras religiões. Este amor não é
egoísta. Por altura da visita do Papa Francisco ao Brasil, um canal de desporto
argentino, TyC Sports usou esta bem sucedida estadia, para mostrar o seu apoio à
seleção argentina. O mote do vídeo foi “se um argentino fez isto no Brasil,
imaginem 23!”.
Os argentinos serão para sempre conhecidos como “um
povo que inventou algo melhor do que o futebol: o amor pelo futebol”.
RESPECT Argentina
Até ao remate da próxima semana,
Adrien S
