Anderson Souza Conceição, 20 anos, chegou no início da época ao Benfica, oriundo
do Bahia, numa transferência avaliada em 4M€. Com 1,88m e 74kg, o Médio Centro
já conta com 8 golos em 9 jogos para o Campeonato. Falamos, claro, de Talisca.
O preço pago por um jovem desconhecido, forjado na anárquica realidade competitiva brasileira, suscitou a troça dos adversários e aumentou a pressão sobre o próprio jogador. No entanto, a verdade é que o menino franzino e inexperiente, cuja adaptação ao futebol europeu era receada em surdina, tem sido o abono de família de uma equipa que claramente ainda ressaca a ausência dos seus últimos atiradores de elite, Tacuara e Rodrigo.
E o baiano não marca golos apenas – embora tal tarefa não seja de somenos! -, ele galga metros com a bola controlada, tem um pé esquerdo que mais parece uma “colher”, passa bem e remata ainda melhor. Nem o físico aparentemente frágil o demove de disputar cada dividida como se fosse a última. Se morfologicamente é uma talisca, futebolisticamente tem-se revelado de grande porte, este curioso brasileiro que já motivou até uma troca de galhardetes entre o melhor treinador do mundo e José Mourinho (desculpa, José!).
Por outro lado, também na atitude Talisca
demonstrou ser de eleição: quando questionado pelo Maisfutebol, em Julho, sobre
que jogador brasileiro em Portugal gostaria de imitar, salientou merecidamente
o patrão e referência máxima do balneário, Luisão: “Que jogador brasileiro em Portugal eu
gostava de imitar? Difícil... O Luisão, acho. É um jogador que joga há muito
tempo no Benfica. Já joga há onze anos e uma história muito grande num clube
enorme, com uma torcida muito forte. Por isso hoje é muito respeitado no clube.
Gostava de construir uma história assim igual à dele”.
Outros não souberam adotar
esta forma de estar, preferindo clarificar logo na primeira entrevista que o
objetivo era dar o salto no final da época, como sucedeu com Ramires. Talisca
até pode nem ficar muitos anos, mas já ganhou os adeptos com o seu futebol, humildade
e atitude!
Craque que é craque não o é
só dentro de campo. Esta tem sido, e bem, em nossa opinião, a política do
Benfica. Não estranha, por isso, que o nosso Talisca até já tenha um funk próprio.
Deixa o Talisca jogar!
Saudações Benfiquistas,
O Damião dos Damiões