sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

O Bigode do Veloso - A Metamorfose Presidencial


A semana futebolística que finda foi inquestionavelmente marcada pela “crise” diretiva do nosso rival da 2ª Circular, que aqui não discutiremos e sobre a qual não emitiremos nenhum juízo de valor. A atuação mais recente de Bruno de Carvalho (BdC), contudo, tem o condão de permitir evidenciar, por comparação, a evolução positiva da nossa Direção e, sobretudo, do Presidente Luís Filipe Vieira (LFV). Este é um exercício que se impõe a quem na adversidade do adversário não vê motivo de descontração mas antes uma oportunidade para melhorar e ser cada vez mais competente.

Quando chegou à presidência do Benfica, LFV tinha vontade mas não tinha os meios. A comunicação era um problema a todos os níveis, o desconhecimento do futebol enquanto jogo também, a postura e o envolvimento com os adeptos de base inexistente e a capacidade de delegação praticamente nula. O período de 2003/2004 a 2008/2009 foi desportivamente fraco, pode dizer-se, mas Vieira dedicou-se quase em exclusivo à recuperação económica, financeira, cultural e social de um Benfica então moribundo, sem eira nem beira, muitíssimo mal tratado por vilões e salteadores.

O sucesso dessa missão é hoje bem visível. O Benfica deixou de treinar em campos municipais e emprestados, tendo hoje o Caixa Futebol Campus, ao nível das melhores infra-estruturas do mundo; o novo Estádio da Luz é também ele uma realidade (que começou com Manuel Vilarinho); a Benfica TV é um sucesso, quer economicamente quer pelo facto de nos ter permitido romper com as grilhetas que a Sporttv quis impor; o Museu Cosme Damião foi eleito museu do ano; as Casas do Benfica estão hoje mais próximas e interligadas entre si e ao clube do que nunca e a marca Benfica tornou-se apetecível e respeitável nos mercados.

Desportivamente, só a partir de 2009/2010 temos tido consistência. Em 5 anos com Jesus, 2 Campeonatos, 4 Taças da Liga, 1 Taça de Portugal, 1 Supertaça e 2 finais da Liga Europa. Este ano, com uma equipa de remendos e que já muito sangrou, seguimos na frente.


Para este percurso evolutivo não podem restar dúvidas sobre a influência da evolução de LFV. “A César o que é de César”. Hoje é um Presidente maduro, que há muito entendeu vender o seu lugar cativo à frente dos microfones e câmaras de televisão e só fala quando é preciso; falando mais alto, por isso. Compreendeu ser preferível dedicar-se ao seu Clube em vez de dispersar a atenção com quem só o pretende distrair; os murros na mesa são dados internamente, no conforto do balneário e não através de recados na imprensa. Desportivamente, o Presidente aparenta também ter aprendido a delegar, confiando que outros, como Rui Costa e Jesus, sabem mais de futebol do que o próprio. Assim, as contratações são sempre peneiradas pelo crivo daqueles, embora a última palavra seja sempre de Vieira.

Sob a égide de LFV, o Benfica recuperou – e ainda recupera – no sentido de ser aquilo que nasceu para ser. Eusébio estará, certamente, feliz com o caminho que estamos a percorrer. Claro que há arestas a limar, erros a corrigir e espaço para progredir. Mas até há muito pouco tempo o paradigma era crescer a admirar a presidência do FC Porto e a estabilidade que conferia ao clube. O maior elogio que posso fazer ao Presidente Vieira é dizer que hoje não olhamos para eles, mas antes e principalmente para nós. Sem complexos, só com muita vontade, garra e determinação.

O que importa somos nós, Vieira aprendeu e nós aprendemos com ele. E enquanto demonstrar que aprende com os seus erros, Vieira será sempre o meu Presidente.


Saudações Benfiquistas,

O Damião dos Damiões

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