A
semana futebolística que finda foi inquestionavelmente marcada pela “crise”
diretiva do nosso rival da 2ª Circular, que aqui não discutiremos e sobre a
qual não emitiremos nenhum juízo de valor. A atuação mais recente de Bruno de
Carvalho (BdC), contudo, tem o condão de permitir evidenciar, por comparação, a
evolução positiva da nossa Direção e, sobretudo, do Presidente Luís Filipe
Vieira (LFV). Este é um exercício que se impõe a quem na adversidade do
adversário não vê motivo de descontração mas antes uma oportunidade para
melhorar e ser cada vez mais competente.
Quando
chegou à presidência do Benfica, LFV tinha vontade mas não tinha os meios. A
comunicação era um problema a todos os níveis, o desconhecimento do futebol
enquanto jogo também, a postura e o envolvimento com os adeptos de base
inexistente e a capacidade de delegação praticamente nula. O período de
2003/2004 a 2008/2009 foi desportivamente fraco, pode dizer-se, mas Vieira
dedicou-se quase em exclusivo à recuperação económica, financeira, cultural e
social de um Benfica então moribundo, sem eira nem beira, muitíssimo mal
tratado por vilões e salteadores.
O
sucesso dessa missão é hoje bem visível. O Benfica deixou de treinar em campos
municipais e emprestados, tendo hoje o Caixa Futebol Campus, ao nível das
melhores infra-estruturas do mundo; o novo Estádio da Luz é também ele uma
realidade (que começou com Manuel Vilarinho); a Benfica TV é um sucesso, quer
economicamente quer pelo facto de nos ter permitido romper com as grilhetas que
a Sporttv quis impor; o Museu Cosme Damião foi eleito museu do ano; as Casas do
Benfica estão hoje mais próximas e interligadas entre si e ao clube do que
nunca e a marca Benfica tornou-se apetecível e respeitável nos mercados.
Desportivamente,
só a partir de 2009/2010 temos tido consistência. Em 5 anos com Jesus, 2
Campeonatos, 4 Taças da Liga, 1 Taça de Portugal, 1 Supertaça e 2 finais da
Liga Europa. Este ano, com uma equipa de remendos e que já muito sangrou,
seguimos na frente.
Para
este percurso evolutivo não podem restar dúvidas sobre a influência da evolução
de LFV. “A César o que é de César”. Hoje é um Presidente maduro, que há muito
entendeu vender o seu lugar cativo à frente dos microfones e câmaras de
televisão e só fala quando é preciso; falando mais alto, por isso. Compreendeu
ser preferível dedicar-se ao seu Clube em vez de dispersar a atenção com quem
só o pretende distrair; os murros na mesa são dados internamente, no conforto
do balneário e não através de recados na imprensa. Desportivamente, o
Presidente aparenta também ter aprendido a delegar, confiando que outros, como
Rui Costa e Jesus, sabem mais de futebol do que o próprio. Assim, as
contratações são sempre peneiradas pelo crivo daqueles, embora a última palavra
seja sempre de Vieira.
Sob a
égide de LFV, o Benfica recuperou – e ainda recupera – no sentido de ser aquilo
que nasceu para ser. Eusébio estará, certamente, feliz com o caminho que
estamos a percorrer. Claro que há arestas a limar, erros a corrigir e espaço
para progredir. Mas até há muito pouco tempo o paradigma era crescer a admirar
a presidência do FC Porto e a estabilidade que conferia ao clube. O maior
elogio que posso fazer ao Presidente Vieira é dizer que hoje não olhamos para
eles, mas antes e principalmente para nós. Sem complexos, só com muita vontade,
garra e determinação.
O que
importa somos nós, Vieira aprendeu e nós aprendemos com ele. E enquanto
demonstrar que aprende com os seus erros, Vieira será sempre o meu Presidente.
Saudações
Benfiquistas,
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