sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O Bigode do Veloso - O Treinador Implacável VI


A crença no Benfica, depois do sangramento de que a equipa foi alvo no início da época, sofreu um rude golpe com a recente venda de Enzo, ao excêntrico milionário de Valência.

A extensa e inusitada onda de lesões que se tem abatido sobre alguns dos mais influentes jogadores – sobretudo agora, na ausência dos antigos titulares -, tem também contribuído decisivamente para o instável sentimento de fragilidade. “Quem substitui Enzo? Quem joga no lugar de Luisão? O que será de nós sem Garay? O Rodrigo era decisivo nesta equipa, assim é difícil... e que falta faz Cardozo! O Júlio César vem para a reforma dourada, não vai jogar nada”, eram algumas das preocupações e larachas pessimistas que ecoavam em cada alma encarnada.

Bem vistas as coisas, face à qualidade indiscutível do plantel portista este ano, era até aceitável tal estado de alma e até provável que a época não nos corresse bem. Os adversários esfregavam as mãos de contentes e nós, benfiquistas, tentávamos a todo o custo calar a intranquilidade que o bom senso teimava em nos incutir. Em condições normais, aproximar-se-ia o nosso apocalipse desportivo. Em condições normais...

Acontece que o Benfica, neste momento, para além de outros considerandos conta com um elemento anormal na equação: o seu Treinador implacável. Que merece ver o seu mérito reconhecido. Não por parte dos Benfiquistas, que há muito fizeram e fazem do Mister “O Ferguson” da Luz, mas por parte da comunicação social e de muitos adversários invejosos.


Sob a tutela de Jesus, sai Enzo, entra Pizzi; sai Marko, entra John; sai Rodrigo, entra Jonas; sai Garay? Tranquilo, há Jardel, César “ (...) e até a quarta opção, a adaptação de Benito ao lugar”, como fez questão de realçar recentemente.

Há 6 anos que Jorge Jesus inventa equipas atrás de equipas. Tiram-lhe uma ficha mas ele consegue sempre arranjar forma de ainda fazer mais uma viagem. É a imagem exata do exterminador, que apesar de estar debaixo de fogo consegue cumprir a missão de salvar o seu protetor humano, Kyle.

Tudo visto e ponderado, não obstante as saídas, as lesões e até os amuos, a verdade é que o Benfica de Jesus, com um plantel de Manéis, dobrará a primeira volta na frente, com margem para o rico e galático FC Porto. É assim, Jorge Jesus. Foco no objetivo, dedicação total, exigência máxima e muita mestria ao longo do caminho.

Se Jesus for campeão com este nosso Benfica, sob as atuais circunstâncias, será, para mim, a prova de que aprendeu com os erros cometidos. E isso, aliada a toda a sua qualidade técnica e humana, são motivo para querer a sua continuidade mais uma década, se possível for. Valerá, como tem valido até então, todos os cêntimos que o Clube lhe paga.

A Luz tornou-se a casa de Jorge Jesus. Os adeptos estão com ele e ele está com o Benfica. Obrigado, Mister!



Saudações Benfiquistas,

O Damião dos Damiões

Sem comentários :

Enviar um comentário