A crença
no Benfica, depois do sangramento de que a equipa foi alvo no início da época,
sofreu um rude golpe com a recente venda de Enzo, ao excêntrico milionário de
Valência.
A
extensa e inusitada onda de lesões que se tem abatido sobre alguns dos mais
influentes jogadores – sobretudo agora, na ausência dos antigos titulares -,
tem também contribuído decisivamente para o instável sentimento de fragilidade.
“Quem substitui Enzo? Quem joga no lugar de Luisão? O que será de nós sem
Garay? O Rodrigo era decisivo nesta equipa, assim é difícil... e que falta faz
Cardozo! O Júlio César vem para a reforma dourada, não vai jogar nada”, eram
algumas das preocupações e larachas pessimistas que ecoavam em cada alma
encarnada.
Bem
vistas as coisas, face à qualidade indiscutível do plantel portista este ano,
era até aceitável tal estado de alma e até provável que a época não nos
corresse bem. Os adversários esfregavam as mãos de contentes e nós,
benfiquistas, tentávamos a todo o custo calar a intranquilidade que o bom senso
teimava em nos incutir. Em condições normais, aproximar-se-ia o nosso
apocalipse desportivo. Em condições normais...
Acontece
que o Benfica, neste momento, para além de outros considerandos conta com um
elemento anormal na equação: o seu Treinador implacável. Que merece ver o seu
mérito reconhecido. Não por parte dos Benfiquistas, que há muito fizeram e
fazem do Mister “O Ferguson” da Luz,
mas por parte da comunicação social e de muitos adversários invejosos.
Sob a tutela de Jesus, sai Enzo, entra Pizzi; sai Marko, entra John; sai Rodrigo, entra Jonas; sai Garay? Tranquilo, há Jardel, César “ (...) e até a quarta opção, a adaptação de Benito ao lugar”, como fez questão de realçar recentemente.
Há 6
anos que Jorge Jesus inventa equipas atrás de equipas. Tiram-lhe uma ficha mas
ele consegue sempre arranjar forma de ainda fazer mais uma viagem. É a imagem
exata do exterminador, que apesar de estar debaixo de fogo consegue cumprir a
missão de salvar o seu protetor humano, Kyle.
Tudo
visto e ponderado, não obstante as saídas, as lesões e até os amuos, a verdade
é que o Benfica de Jesus, com um plantel de Manéis,
dobrará a primeira volta na frente, com margem para o rico e galático FC
Porto. É assim, Jorge Jesus. Foco no objetivo, dedicação total, exigência
máxima e muita mestria ao longo do caminho.
Se
Jesus for campeão com este nosso Benfica, sob as atuais circunstâncias, será,
para mim, a prova de que aprendeu com os erros cometidos. E isso, aliada a toda
a sua qualidade técnica e humana, são motivo para querer a sua continuidade
mais uma década, se possível for. Valerá, como tem valido até então, todos os
cêntimos que o Clube lhe paga.
A Luz
tornou-se a casa de Jorge Jesus. Os adeptos estão com ele e ele está com o
Benfica. Obrigado, Mister!
Saudações
Benfiquistas,
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