Impossível não
ficar rendido à história de De Franceschi, ao seu percurso no futebol, à forma
como superou todos os momentos menos bons na sua carreira, tornando-se num
verdadeiro campeão, em todos os sentidos!
De Franceschi nasceu em Pádova, em 1974 e foi no clube da sua cidade natal que começou a crescer como futebolista e como homem, nas camadas jovens. Aos 18 anos participou no Torneio do Viareggio, o mais importante em Itália a nível juvenil e foi considerado o melhor jogador da competição. As portas do AC Milan tinham-se aberto mas uma rotura nos tendões do joelho deitou tudo por terra, obrigando-o a recomeçar do zero… nada que ele não fosse capaz!
Iniciou-se no futebol
sénior ao serviço do seu Pádova Calcio, onde sempre procurou corresponder às
enormes expetativas que sobre ele tinham sido criadas. O clube tinha lançado nomes
como Del Piero e Angelo Di Livio (tinham saído para a Serie A e logo para a
promissora Juventus, em 93) e suspirava por um novo génio, por alguém que
puxasse pela equipa, que a conseguisse levar aos grandes palcos italianos. De
Franceschi não se impôs como esperavam e, depois de ganhar experiência em
clubes de menor dimensão, como o Sandona e o Rimini decidiu tentar a sua sorte na
Serie A, ao serviço do Venezia, em 98. Infelizmente, a sua época de estreia não
correu como esperava, as lesões voltaram a aparecer, e foi então que Giuseppe
Materazzi, ainda treinador do Sporting CP, o aconselhou ao clube de Alvalade!
Foi o início de uma
época de sonho! Para ele, para todos os sportinguistas, para todos aqueles que amam
o futebol!
O Sporting CP não era
campeão há 18 anos e De Franceschi, com 25 anos, era um “desconhecido” para os
portugueses, o que por um lado até era bom para ele, deixava de ter sobre ele a
pressão com que tinha vivido nos anos anteriores. Já sob as ordens de Augusto
Inácio, vestiu pela primeira vez a camisola verde e branca e logo em Alvalade,
frente ao Boavista FC, na 6ª jornada do campeonato, onde teve papel importante
na vitória por 2:0. Nunca mais saiu do 11 do Sporting CP, fez 25 jogos, 3
golos, muitas assistências e a delícia dos adeptos, que desde o início o
idolatraram! O camisola 25 sentiu-se em casa, o seu nome e a bandeira italiana
na bancada foram de tal forma importantes para a sua motivação e afirmação que
não teve problemas em afirmar que “marcar um golo e festejar para a “curva”
(claque leonina) pode ser comparado a fazer amor com uma bela mulher”!
Foi um dos intocáveis
da equipa que se viria a sagrar campeã nacional e finalista da Taça de Portugal,
o amor com que sentia a camisola era inabalável, fator determinante para
encontrarmos os verdadeiros campeões. De Franceschi era assim, enchia o campo
com a sua raça (um pouco ao estilo de Capel), leitura tática, assistências
perfeitas, cruzamentos milimétricos e com o seu… amor ao clube!

Foi então que, em
2007, De Franceschi foi obrigado a abandonar a sua carreira, devido a um grave
problema cardíaco, que lhe poderia provocar um enfarte ou AVC a qualquer
momento. O seu coração traiu-o, mas ele não traiu o seu coração: terminou a
carreira com a braçadeira de capitão no clube que o viu nascer, tornando-se num
ídolo para os mais jovens!
Em 2010, sempre fiel
aos seus sentimentos, De Franceschi regressou a Portugal e perante um Estádio
de Alvalade completamente cheio afirmou: “Nunca na carreira me senti um campeão.
Aqui em Portugal, toda a gente me fez sentir um campeão”!
Porque o futebol não vive sem paixão, aqui vos deixo as imagens e palavras de De
Franceschi em 2010 ao Sporting, garanto-vos que cada segundo dos vídeos valerá
a pena.
Grazie tante De Franceschi. Rimarrai sempre nei nostri cuori.
Uma vez amado, para
sempre recordado!
A memória do João
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