sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O Bigode do Veloso - O Layoff Europeu

Ainda não foram disputados todos os jogos da fase de grupos e o nosso Benfica já está eliminado da Liga dos Campeões, sem direito sequer a disputar a Liga Europa.
Facto que nem a inenarrável confusão de Jorge Jesus, em conferência de imprensa ocorrida 48h depois, conseguiu alterar. O Benfica entrou numa espécie de layoff, pausando na Europa para trabalhar nas competições nacionais.

A opinião dos adeptos tem revelado, a propósito, duas correntes de opinião maioritárias: (1) A culpa é do treinador porque não soube encarar a Europa, ler os adversários, preparar os jogos e guiar uma equipa magnífica; e outra segundo a qual (2) tal desaire era esperado e natural, dado entenderem que o clube não tem plantel sequer para ganhar o campeonato quanto mais para lutar na Europa.
Para mim – como para o Povo -, a virtude estará no meio.

Tenho como facto assente que ao Benfica era exigível outra atitude, sobretudo nos dois primeiros jogos, com o Zenit e com o Bayer. Os verdadeiros adeptos não pretendem que não se perca nunca; exigem sim que os jogadores deixem tudo em campo sempre que vestem o Manto Sagrado. E, parece-me, que isso não aconteceu, pelo menos nesses jogos. Sobretudo até os mesmos estarem irremediavelmente perdidos.

Mas se é verdade o que se disse, também não é menos verdade que qualitativamente a equipa regrediu imenso quando comparada com a do ano passado, e até mesmo com a de anos anteriores. Uma defesa esburacada – órfã de um central “a la Garay” e de um DE que seja competente a defender -; um meio campo sem um verdadeiro camisola 6 e um ataque sem alternativas válidas a nomes tão pouco sonantes como Cardozo e Rodrigo.

Acredito que Jesus faça algumas maravilhas mas os milagres não abundam diariamente. Parece-me óbvio que não se pode pedir a esta equipa o mesmo que se pedia à do ano passado. Este ano não temos “rabo para duas cadeiras”, em abono da verdade. Num plano a três anos, como tem vindo a ser referido, se o Benfica ganhar o campeonato e mais uma ou outra competição interna creio ser um excelente primeiro ano, que se projecta de construção.

Os tempos estão magros e o futuro passará irremediavelmente pela aposta na formação – até que enfim! -, e pela planificação em ciclos de formação-consolidação-concretização. Cada vez vai ser mais difícil ganhar e competir com os grandes da Europa, isso é uma certeza.

Por tudo isto não vejo esta eliminação europeia como um fracasso. Antes como uma condição necessária para fazermos bem o nosso trabalho interno e partirmos para um ciclo de três anos sustentado e, por outro lado, como uma consequência das dificuldades financeiras que nos assolam.

Acredito que temos uma estrutura competente, que já cometeu e cometerá erros, naturalmente, mas que tem resultados para apresentar; um treinador que, para mim, é parte da solução e não do problema - tem os seus defeitos e o seu feitio especial, mas não deixo de lhe ser grato por tudo o que fez e de reconhecer a sua competência na função -;  e os melhores adeptos do mundo.

Não temos motivos para desanimar, Benfiquistas, antes para sonhar com um futuro próximo risonho, assim saibamos continuar a apoiar os nossos rapazes como temos apoiado e a exigir deles orgulho, raça e dedicação, em qualquer campo e em qualquer lugar!
              





Saudações Benfiquistas,

O Damião dos Damiões


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