sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O Bigode do Veloso - "O clássico é um clássico e vice-versa"


Domingo é dia de jogo grande entre FC Porto e Benfica, no Dragão. Os bilhetes estão esgotados, a emoção é muita e a intensidade e qualidade das duas equipas garantia de um excelente espetáculo, pelo qual os adeptos anseiam desesperadamente.

Historicamente este é um jogo diferente dos demais, sendo relativamente simples recordar episódios insólitos – as mais das vezes desagradáveis – que desde sempre envolveram esta disputa. 

Em 1932, Aníbal José, a pedido de Vítor Silva, então capitão de equipa, lesionou propositada e gravemente Norman Hall, a estrela portista da altura; no ano seguinte, em retaliação, o mesmo Vítor Silva foi esbofeteado durante o jogo pelo então jogador portista, Avelino Martins; e, mais recentemente, surgem na memória a bárbara agressão de Paulinho Santos ao Menino D’oiro, em plenas Antas e o caso do túnel da Luz.

Hoje, felizmente, as relações entre os clubes parecem mais pacificadas, ao ponto de se ventilar que os dois Presidentes assistirão ao duelo na Tribuna, o que já não sucedia há muito e se saúda. Por outro lado, Benfica e FC Porto ocupam os dois primeiros lugares da classificação, encontram-se em bom momento de forma e têm ambos treinador e jogadores que lhes permitem lutar pelos três pontos. Estão garantidos noventa minutos do melhor futebol no relvado e da mais intensa paixão nas bancadas. 

Ou muito me engano ou o campeão começará a ser forjado precisamente neste jogo. A vitória do Benfica deixar-nos-á isolados na liderança, a seis pontos do mais temido e competitivo rival, aumentando substancialmente a nossa margem de manobra e a possibilidade de aguentarmos a posição até final; inversamente, a vitória do Porto assumir-se-ia como um fator “game changer”, na medida em que insuflaria a sua moral para o resto da época.


Segundo o provérbio de bancada, habitualmente “ganha o que está pior”. E o Benfica está “pior”, segundo os jornais desportivos, os quais dum remate do Lima ao lado, num treino, conseguem inferir que a formação não é aproveitada, o clube é mal gerido, o treinador não presta e os jogadores não valem mais que uma caixa de minis.

No entanto, palavras leva-as o vento e, no Domingo, só vos exigimos determinação, orgulho, garra e atitude. Das vossas botas e do vosso suor sairão atos que ecoarão mais alto que quaisquer palavras. Estarão no palco perfeito para se tornarem imortais.

No relvado serão mais do que vocês próprios, serão os portadores da chama e da vontade de muitos milhões. Honrem-nos, joguem por nós e verão que nunca estarão sós! 

Por muito que escrevam que não somos capazes, nunca nos conseguirão disso convencer. Como escreveu o Poeta, deixe-nos falar, porque eles, coitados “não sabem nem sonham...”.

Para cima deles, rapazes!




Saudações Benfiquistas,

O Damião dos Damiões

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