Domingo
é dia de jogo grande entre FC Porto e Benfica, no Dragão. Os bilhetes estão
esgotados, a emoção é muita e a intensidade e qualidade das duas equipas garantia
de um excelente espetáculo, pelo qual os adeptos anseiam desesperadamente.
Historicamente
este é um jogo diferente dos demais, sendo relativamente simples recordar
episódios insólitos – as mais das vezes desagradáveis – que desde sempre
envolveram esta disputa.
Em
1932, Aníbal José, a pedido de Vítor Silva, então capitão de equipa, lesionou
propositada e gravemente Norman Hall, a estrela portista da altura; no ano
seguinte, em retaliação, o mesmo Vítor Silva foi esbofeteado durante o jogo
pelo então jogador portista, Avelino Martins; e, mais recentemente, surgem na
memória a bárbara agressão de Paulinho Santos ao Menino D’oiro, em plenas Antas
e o caso do túnel da Luz.
Hoje,
felizmente, as relações entre os clubes parecem mais pacificadas, ao ponto de
se ventilar que os dois Presidentes assistirão ao duelo na Tribuna, o que já não
sucedia há muito e se saúda. Por outro lado, Benfica e FC Porto ocupam os dois
primeiros lugares da classificação, encontram-se em bom momento de forma e têm
ambos treinador e jogadores que lhes permitem lutar pelos três pontos. Estão
garantidos noventa minutos do melhor futebol no relvado e da mais intensa
paixão nas bancadas.
Ou
muito me engano ou o campeão começará a ser forjado precisamente neste jogo. A
vitória do Benfica deixar-nos-á isolados na liderança, a seis pontos do mais
temido e competitivo rival, aumentando substancialmente a nossa margem de
manobra e a possibilidade de aguentarmos a posição até final; inversamente, a
vitória do Porto assumir-se-ia como um fator “game changer”, na medida em que insuflaria a sua moral para o
resto da época.
Segundo
o provérbio de bancada, habitualmente “ganha
o que está pior”. E o Benfica está “pior”, segundo os jornais desportivos, os
quais dum remate do Lima ao lado, num treino, conseguem inferir que a formação
não é aproveitada, o clube é mal gerido, o treinador não presta e os jogadores
não valem mais que uma caixa de minis.
No
entanto, palavras leva-as o vento e, no Domingo, só vos exigimos determinação,
orgulho, garra e atitude. Das vossas botas e do vosso suor sairão atos que
ecoarão mais alto que quaisquer palavras. Estarão no palco perfeito para se
tornarem imortais.
No
relvado serão mais do que vocês próprios, serão os portadores da chama e da
vontade de muitos milhões. Honrem-nos, joguem por nós e verão que nunca estarão
sós!
Por
muito que escrevam que não somos capazes, nunca nos conseguirão disso
convencer. Como escreveu o Poeta, deixe-nos falar, porque eles, coitados “não sabem nem sonham...”.
Para
cima deles, rapazes!
Saudações Benfiquistas,
O
Damião dos Damiões
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